quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Reino Unido é já ali!

Quando o verão nos convidava a um dolce far niente que é como quem diz nada fazer, nem sequer pensar…  Eis que chegam de Londres notícias de uma convulsão social marcadamente juvenil que nos obriga a suspender as férias do pensamento e da reflexão.

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro, Poemas
Ática, 1978

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