O Clube Ler+
Escrever Melhor! é dinamizados pelas professoras Ana Paula Marques e
Filomena David e funciona com workshops mensais dedicados a vários temas e é aberto
a todos os alunos que queiram e possam inscrever-se.
O tema deste mês foi os Provérbios
e a atividade foi introduzida pelo conto O
homem que vendia provérbios de Adolfo Simões Müller, um escritor português do
século XX com uma vasta obra dedicada à literatura para crianças e jovens.
O Homem que vendia Provérbios
À
beira de Verdes Bosques chegou naquela manhã um vendedor que ninguém conhecia.
Era baixo, delgado como um vime e tinha os cabelos todos brancos. Gritava:
―
Provérbios! Provérbios! Provérbios novos e usados! Uma moeda cada um! Quem quer
provérbios?
―
E que fazemos nós com os provérbios? ― perguntou-lhe muito admirada uma gorda
padeira.
―
Eh! Eh! ― respondeu o homem. ― Claro que com os provérbios não poderá fazer um
avental ou fritar dois ovos, mas em compensação enriquecerá o seu pensamento.
Não sabe que em cada provérbio está um quilo de bom senso?
―
Essa é boa! ― observou um homem que tinha um nariz vermelho de ébrio. ― Então,
por uma moeda, que provérbio poderás vender-me, velhote?
O
vendedor olhou-o longamente e depois vendeu-lhe este provérbio:
―
"Quem do vinho é amigo, de si próprio é inimigo."
―
Dê-me também um ― pediu uma mulher, estendendo a sua moeda.
―
Ora aqui tem o que lhe vai a matar... ― respondeu o velho. ― "Em boca
fechada não entram moscas..."
A
mulher, que era conhecida em toda a região por ser muito faladora, foi-se
embora, envergonhada.
E
foi assim que naquele dia, em Verdes Bosques, grandes e pequenos compraram,
apenas por uma moeda, um quilo de bom senso.
Adolfo
Simões Müller
Depois disto os
participantes no workshop ficaram
prontos para por a imaginação a trabalhar e criar os seus próprios provérbios.
A Daniela Casimiro e a
Sónia Basílio, do 8º B, inspiraram-se na Escola e nos problemas ocorridos dos últimos
tempos que transformaram em reflexões com bom humor…
Escola destelhada,
Solução complicada.
Quem respira o ar do
amianto
Mais depressa chega ao
pé de um Santo.
Escola sem água
canalizada,
Dias à baldada.
Quem anda pelos
corredores da Pedro Ferreiro
Está sujeito a um banho
de chuveiro.
Berbequim que tanto fura
Torna a aula uma
loucura.
Se houvesse um belo
assado,
Os alunos comiam com
agrado.
Comida requentada é
pouca apreciada.
Come sem postura e
sentirás a tortura.
A Ana Santos, Carolina Ferreira,
Diogo Simões, Mariana Ferreira e Mariana Corda, do 6º E, estavam inspirados e,
além da Escola, também recorreram a temas da atualidade:
Chegar
cedo e tarde sair
Dá
dor de cabeça e não faz rir.
Diz-se
que duas cabeças pensam melhor;
A do diretor regional e sua secretária juntas
Decidem
o que, para nós, é pior.
Quando
a “esmola” do FMI é elevada,
A
bolsa da nação fica sem nada!
(O
Povo é que paga.)
Com
os feriados a acabar, o povo descontente irá ficar.
Os
impostos sempre subir, o desemprego a aumentar, a vida a encarecer…
Onde
é que este mundo irá ter?
“Pingo
Doce. Venha cá!”
Assim,
foi o Consumidor às promoções.
Cego
ficou, perdido por lá
Para
ficar sem os seus tostões.
As
obras da nossa escola são como as de Santa Engrácia,
Que
perderam já toda a graça.
Carteiras
a abrir,
Dinheiro
a fugir!
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