quarta-feira, 1 de maio de 2013

(Re)Viver a Tradição dos Maios



A Biblioteca associou-se à tradição “do maio” e, com a colaboração de muitas funcionárias que trouxeram as flores e o jeito para as arranjar, fez-se um verdadeiro “maio” que foi colocado no jardim da Escola. Outro, mais pequeno, fica na Biblioteca a assinalar o mês em que "a poesia anda no ar"…

Diz a tradição que quando o mês de maio começa já as casas e as hortas devem estar preparados para o receber realizando de véspera cruzes enfeitadas com flores – normalmente giestas (maias) – que são colocadas nos campos ou na entrada das habitações.
Este ritual terá uma origem pagã associada à crença na necessidade de atrair boas colheitas no ciclo de renovação da natureza ligado à Primavera que foi entretanto assimilado pela tradição cristã.
Um pouco por todo o nosso concelho de Ferreira do Zêzere a celebração “dos maios” continua bastante viva despertando o primeiro dia do mês com cruzes floridas espalhadas pelos campos.
De acordo com a tradição oral:
“ Às primeiras horas de maio enfeitam-se cruzes com flores que são colocadas nas hortas, sobretudo nos batatais, para as colheitas serem boas”
                                                             D. Alzira Nunes (Montes, Tomar)
“No primeiro de maio tinha que se fazer “o maio”. Punham-se ripas em forma de cruz que colocavam na terra onde havia batatas ou outros cultivos e enfeitavam-se com diversas qualidades de flores.”
D. Virgínia (Ferreira do Zêzere)
“Antes do sol nascer ia-se colocar ”o maio” nos campos e nas portas das casas”. Ripas em formas de cruz ornamentavam-se com flores naturais da época: jarros, lírios, rosas,… Nos campos punham-se cruzes mais simples, às portas das casas, forravam-se com murta e encaixavam-se as flores. Servia para proteger as casas dos bichos e as terras dos bichos e das pragas. Esta tradição ainda é usada.”
D. Teresa Nunes (Dornes)
“A minha mãe e a minha avó ainda fazem uma cruz que forram com ervas e flores porque traz sorte ao quintal e dá um bom ano de cultivo. As pessoas levantam-se muito cedo… Quando acordo já está a cruz no quintal.”
Mariline Brás, 12º ano (Beco)
“Ainda se veem em Paio Mendes; são uma cruz forrada com flores e colocadas nas terras de semeio.”
D. Teresa Gaspar (Paio Mendes)

A fazer "o maio":

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